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O caramujo gigante africano Achatina fulica é considerado uma
das cem piores espécies invasoras do planeta, pois representa uma ameaça à saúde pública, aos ambientes naturais e à agricultura.

No dia 03 de junho de 2019, última segunda-feira, o Engenheiro Agrônomo da Secretaria Estadual de Agricultura e Coordenador do Uso de Agrotóxicos no Estado, Leonardo Vicente da Silva, foi convidado pela Secretária de Agricultura, Juliana Virginio, para acompanhar de perto esta problemática que vem trazendo grandes danos aos produtores rurais.
O Dr. Leonardo orienta que inicialmente é necessário fazer una correção. O que popularmente chamamos de caramujo é um caracol, já que caramujos são moluscos de água doce e, como o Achatina fulica é um molusco terrestre pulmonado, logo, um caracol.

O caracol gigante africano é uma espécie exótica, de coloração marrom escura, que se diferencia dos caracóis nativos por sua coloração e hábitos, já que os caracóis nacionais possuem coloração mais clara e não causam danos às lavouras. Portanto, deve-se diferenciar as duas espécies para não dizimar os caracóis nativos que são importantes para o ecossistema.
No Município o caracol africano já pode ser encontrada em infestações nos bairros agrícolas Glória, São Lourenço e Pouso Alegre causando devastações e prejuízo nas plantações, e recentemente está sendo encontrado na Barrinha.

Foi possível conversar com o Dr. Leonardo e tirar dúvidas referentes à fisiologia do animal, descobrir que a espécie é hermafrodita, que pode colocar até 800 ovos, que os animais têm longevidade de até 10 anos e comem, em média, 10% do seu peso corporal por dia. Essa espécie é noturna e passam o dia escondidos, saindo para se alimentar e reproduzir à noite, ou durante e logo após as chuvas.
Quanto às medidas de controle, as formas mais eficientes são o saneamento, coleta manual e o controle biológico.
O ambiente favorecedor à proliferação desses organismos é representado por quintais mal conservados, com acúmulo de resíduos, entulhos e grama mal aparada ou por terrenos baldios sem manutenção.
Em visita aos produtores foi possível o Dr. Leonardo Vicente da Silva orientar sobre a importância da eliminação desses pontos favorecedores do estabelecimento da população do caracol africano, ou seja, a destruição e retirada dos locais utilizados pelo molusco como sítio de repouso, refúgio, alimentação e ovipostura.
A Secretária Juliana disse que o trabalho precisa acontecer mediante a união de toda comunidade, onde todos precisam estar conscientes do seu papel no êxito do combate a esta praga. Toda vizinhança precisa limpar os terrenos, deixando os animais sem abrigo para se esconderem e depositarem os ovos.
Especial atenção deve ser direcionada para o acúmulo de resíduos orgânicos, entulhos, bananeiras, pilhas de telhas e tijolos, restos de alimentos, entre outros também servem de refúgios importantes para o caracol.
Quanto ao controle manual, se dá baseado praticamente na catação, com utilização de luvas, e posterior eliminação com masceração dos caracóis.
Podem ser usadas iscas para atrair os animais a fim de juntá-los com maior facilidade para posterior maceração, como foi demonstrado pelo Dr. Leonardo nas propriedades. O chuchu e a beringela podem ser cortados ao meio, dispostos na distância de 2 metros uma isca para outra, e colocadas em pontos estratégicos na parte da tarde. Durante à noite, uma vez que os animais têm hábito noturno, eles irão se direcionar para as iscas e pela manhã os animais poderão ser recolhidos com maior facilidade.
Por fim, o controle desse animal pode ser feito por meio de predadores biológicos naturais, como a galinha d'angola que pode ser criada de forma integrada com a lavoura, se alimentando dos moluscos e dos ovos.
Na área urbana, como na Barrinha, existe a preocupação para que moradores não joguem os animais catados no lixo e os disseminem pela cidade. A região não oferece ao molusco fonte de lavouras que são fonte de sua alimentação, portanto, deve-se eliminar os animais encontrados por meio de maceração.

Data de publicação: 06/06/2019

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