O relógio apontava 41 minutos do segundo tempo quando Elias deixou o campo para a entrada de Lucas Lima. Imediatamente, Renato Augusto correu para conversar com Dunga, que rearrumou a Seleção em campo. O Brasil não sairia do empate em 0 a 0 com o Equ...

O relógio apontava 41 minutos do segundo tempo quando Elias deixou o campo para a entrada de Lucas Lima. Imediatamente, Renato Augusto correu para conversar com Dunga, que rearrumou a Seleção em campo. O Brasil não sairia do empate em 0 a 0 com o Equador, mas algo ficou claro naquele momento: no 4-1-4-1 eleito pelo treinador para montar a equipe, não há outro jogador capaz de fazer a função do volante do Corinthians. Elias, hoje, é peça única no elenco brasileiro.

O volante esteve longe de fazer grande partida, mas teve papel importante para o time. Foi quem mais apareceu no ataque para fazer companhia a Jonas, Willian e Coutinho. Pecou, assim como os outros, na hora de definir as jogadas, algo detectado por Dunga após o jogo. No fim, porém, ficou a percepção de que o treinador gostaria de ter mudado o time antes, mas não tinha a peça para fazer isso sem mexer no esquema.

Elias é o que os europeus chamam de box-to-box, um meio-campista capaz de ir de uma área a outra com fôlego e qualidade. Na convocação original de Dunga, Rafinha era quem mais se aproximava das características do corintiano, mas o meia do Barcelona foi cortado. As opções de Dunga são Walace, Paulo Henrique Ganso e Lucas Lima.

- É difícil falar. A maioria dos jogadores é mais de armação. Tem o Ganso, o Lucas Lima, o Renato Augusto... O Walace é primeiro volante, o Casemiro, também. É, acho que não tem quase nenhum (risos). Mas não me sinto confortável nem acomodado. Na Seleção ninguém tem cadeira cativa. Quero continuar mantendo minha posição – disse Elias.

Pelas palavras de Dunga, o treinador também não enxerga outra alternativa a Elias no meio, nem pretende adaptar alguém à função. A exemplo do jogo contra o Equador, a tendência é que, caso fique sem o volante – que está pendurado após levar amarelo na estreia -, o comandante altere o esquema da Seleção.

- Cada um tem suas características. Hoje (sábado) mesmo tentamos algo diferente, colocamos o Lucas (Lima) armando por trás – explicou o treinador.

No amistoso contra o Panamá, Dunga testou outras duas formações. Primeiro, um 4-4-2 em linha, com Elias e Renato Augusto pelo meio. Depois, passou para o 4-2-3-1, mantendo a dupla mais recuada. O plano A, porém, segue sendo o 4-1-4-1, um esquema que pede a aproximação dos meio-campistas. Enquanto Renato arma mais o jogo, é Elias quem dá profundidade. Sem ele, é preciso mudar o jeito da Seleção.

Data de publicação: 07/06/2016

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